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Você conhece o PronaSolos?

 

Fonte: PronaSolos



O PronaSolos e seus objetivos

O solo é um recurso natural de suma importância para a vida no planeta, sendo a base para a produção de alimentos, fibras e energia, para a adaptação às mudanças climáticas e a prestação de serviços ambientais. O conhecimento aprofundado de seus solos tem grande importância para que um país garanta a segurança alimentar da população e o seu desenvolvimento em bases sustentáveis.

Atualmente, o Brasil dispõe apenas de levantamentos de solo de caráter geral, com mapas de pequena escala, sendo que menos de 5% do território nacional conta com mapas de solos em escala 1:100.000 ou maior. Isso contrasta com a realidade de grande parte dos países desenvolvidos, como os EUA, cujo território é quase integralmente coberto por mapas de solos em escalas entre 1:20.000 e 1:40.000.

Os levantamentos mostram as propriedades dos solos que afetam o uso da terra, bem como a localização exata de cada tipo de solo de uma determinada área (fazenda, município, miocrobacia, estado) em forma de mapas. Estes evidenciam que os solos não são semelhantes na natureza. Geralmente variam bastante, mesmo em curtas distâncias, e solos diferentes apresentam propriedades distintas, com potenciais e limitações mais ou menos adequadas para diversos usos, seja no meio urbano ou rural.

A carência de informações detalhadas sobre os solos brasileiros é, portanto, um sério problema para o desenvolvimento nacional. Ao tomar conhecimento dessa situação, em 2015, o Tribunal de Contas da União determinou que fosse elaborado um plano de providências para a criação de um programa nacional de solos. Foi constituído um grupo de trabalho formado por pesquisadores de várias unidades da Embrapa, do IBGE, da SBCS, da CPRM, da UFRRJ, da UFPI, da UDESC, da UFLA e do Ministério da Agricultura e Pecuária, que formularam um documento que serviu de base para a criação do denominado Programa Nacional de Solos do Brasil (PronaSolos), que deverá fornecer, num prazo de 30 anos, informações adequadas para orientação do uso da terra em todo o Brasil.

Em 2017, a Diretoria-Executiva da Embrapa instituiu um projeto especial que delineou as principais diretrizes e estratégias de ação para a implementação do PronaSolos. No dia 19 de junho de 2018, o maior programa de investigação de solos do Brasil foi oficializado com a assinatura do decreto presidencial nº 9.414.

O PronaSolos foi ajustado pelo decreto presidencial Nº 10.269, de 6 de março de 2020, que aprovou a estrutura de governança do programa. Os seus comitês Estratégico e Executivo possuem representantes de sete Ministérios e os seus órgãos vinculados, além da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, representando a academia científica, e um representante das organizações estaduais de pesquisa agropecuária. A coordenação é do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Desafios

Pelos próximos 30 anos, o PronaSolos envolverá dezenas de instituições parceiras, dedicadas à investigação, documentação, inventário e interpretação dos dados de solos brasileiros.

Além da implantação de sua estrutura organizacional, deverão ser estabelecidas as bases operacionais, distribuídas em gerências regionais e núcleos estaduais. Serão necessários treinamentos e qualificações, além da constituição de um corpo técnico exclusivo para o Programa.

O objetivo é mapear os solos de 1,3 milhão de km² do País nos primeiros dez anos, e mais 6,9 milhões de km² até 2048, em escalas que vão de 1:25.000 a 1:100.000.

Investimento previsto

Estima-se que serão necessários recursos da ordem de R$ 4 bilhões em 30 anos para que sejam alcançados os objetivos do PronaSolos, com financiamento do poder público e da iniciativa privada. O retorno para a sociedade pode chegar a R$ 185 para cada real investido no Programa.

Impactos

Os dados gerados pelo PronaSolos irão subsidiar políticas públicas no meio rural e nas cidades, em nível nacional, estadual e municipal, trazendo inúmeros benefícios à sociedade pelo fato de possibilitar, entre outras coisas:

  • O planejamento do uso da terra para a expansão urbana, indicando, por exemplo, os solos e locais mais adequados ou suas limitações para a construção de casas, prédios, rodovias; para a implantação de aterros sanitários, cemitérios, áreas de lazer ou esportivas, redes de transmissão de energia elétrica, etc.;
  • A previsão e consequente precaução de ocorrências de catástrofes nas cidades em virtude da ocupação desordenada pelo homem;
  • O planejamento do uso da terra no meio rural, mostrando as áreas de maior potencial para a produção ou expansão agrosilvopastoril, as limitações do solo e as produtividades esperadas para cada cultura em determinada fazenda, microbacia, bacia, município ou estado;
  • O planejamento do manejo mais adequado para cada cultura no campo, bem como de práticas conservacionistas que possibilitem reduzir ou eliminar a erosão do solo, a perda de água das chuvas, a sedimentação dos rios, as enchentes e os riscos de desastres naturais;
  • A mais adequada avaliação do preço das terras para fins de compra e venda;
  • Apoio à concessão de crédito agrícola, reduzindo os riscos tanto para os agricultores como para os bancos credores.
     

Informações de solos e ambientais de trabalhos anteriores e as que vierem a ser geradas pelo PronaSolos serão sistematizadas em uma única base de dados disponível à sociedade. Um legado inestimável para o Brasil.

 

 Leitura Complementar: Literatura Recomendada

 

 


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