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Mapa de estoque de carbono orgânico do solo do Brasil na resolução espacial de 90 m - Versão 2021

 






Fonte: Autor



O mapa de estoque de carbono orgânico do solo do Brasil e seus mapas de incerteza, na resolução espacial (tamanho de pixel) de 90 m, foram produzidos por mapeamento digital de solos a partir de dados legados de solos, covariáveis geoespaciais disponíveis gratuitamente e software livre. Eles foram produzidos como parte integrante do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos) e financiados pelo projeto Embrapa 10.18.03.024.00.00 intitulado "Mapas Nacionais de Atributos do Solo: Contribuição ao PronaSolos, GlobalSoilMap e Aliança Mundial pelo Solo". O relatório técnico anexado ao mapa apresenta a metodologia usada, estatísticas dos dados de entrada e mapa produzido, índices de erro das predições, forma de citação do mapa e aviso sobre o seu uso. Agradecemos aos provedores dos dados de solos, covariáveis geoespaciais e software usados.

O mapa de estoque de carbono orgânico do solo a 60-100 cm do Brasil e seus mapas de incerteza contém erros e pixels com valores faltantes. Pixels contendo solos rasos, afloramentos de rocha, dunas, áreas urbanas e corpos d'água não foram excluídos da análise. Os autores, contribuintes e suas instituições se isentam de qualquer responsabilidade sobre danos e prejuízos advindos do uso direto ou indireto dos mapas.

 

O mapa em formato raster GeoTIFF e o relatório técnico estão disponíveis no link <http://geoinfo.cnps.embrapa.br/documents/3104>.

 

Estoque de Carbono em solos brasileiros e potencial de contribuição para mitigação de emissões de gases de efeito estufa

https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/8586/DissACMC.pdf?sequence=1&isAllowed=y

 

Estoques de carbono do solo segundo os componentes da paisagem

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/138868/1/Estoques-de-carbono-do-solo.pdf

 

O Programa Nacional de Solos do Brasil, PronaSolos, do Governo Federal, ganhou um importante reforço com o lançamento dos novos mapas de estoque de carbono orgânico dos solos do Brasil, elaborados pela Embrapa Solos(RJ). Os solos têm um papel crucial na produção de alimentos, fibras e energia, bem como na mitigação das mudanças climáticas e os mapas ilustram o conhecimento do País nessa área. De acordo com dados apresentados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na 9ª assembleia plenária da Aliança Mundial pelo Solo (GSP), o Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm o maior potencial para estocar carbono no mundo, e investir em estudos do solo é fundamental para as políticas de descarbonização da agricultura brasileira.

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, apresentou os novos mapas durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que acontece em Glasgow, Escócia, até o dia 12 de novembro de 2021. “Trata-se de mais uma contribuição da ciência para a agricultura brasileira, de fundamental importância para o enfrentamento das alterações climáticas”, destacou.

“Os novos mapas são uma linha de base para saber o que temos de carbono estocado nos solos do País, contribuindo dessa forma para diversos estudos como o Programa ABC+, onde já são usados, e em outras políticas públicas. Permitem identificar áreas degradadas, quando a matéria orgânica não está mais presente, áreas com grandes estoques de carbono, mas alta vulnerabilidades às mudanças climáticas, como as de mangue e solos orgânicos, além de potencial para gerar mapas de potencial de sequestro de carbono, entre outros usos”, diz a chefe geral da Embrapa Solos, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin.

A importância dos solos agrícolas para a mitigação das mudanças climáticas se deve ao fato de que funcionam, ao mesmo tempo, como fonte e sumidouro de carbono. Quando mal manejados, emitem COpara a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global, por ser um dos Gases de Efeito Estufa (GEEs). Mas o seu papel mais importante, como sumidouro, é sequestrar o carbono da atmosfera e estabilizá-lo na matéria orgânica do solo. Com os novos mapas, é possível diferenciar áreas com maiores e menores estoques de carbono, auxiliando o Brasil a cumprir os compromissos que assumiu na agenda global de redução de emissões de GEEs.

Com o avanço do PronaSolos, espera-se obter mais dados sobre o carbono orgânico dos solos brasileiros e gerar novos mapas em escalas mais detalhadas que permitam o planejamento e ações em municípios e bacias hidrográficas.     

O solo é um dos cinco reservatórios de carbono orgânico do ecossistema terrestre e é responsável por cerca de dois terços de todo o reservatório global. Assim, a preocupação com o planeta - em termos de segurança alimentar, geração de renda e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas - deve começar pelo solo, sobretudo porque um terço dos solos do mundo encontra-se em processo de degradação, segundo dados da FAO.

Cabe aos gestores e tomadores de decisão gerar políticas públicas que possam manter e aumentar a matéria orgânica contida nos solos. 

“Esse é um passo muito importante para a descarbonização da agricultura do País”, enfatiza Maria de Lourdes. “No Brasil, estabelecer uma governança corporativa e trazer o solo para a agenda global são resultados de um esforço de mais de duas décadas”, acrescenta.

 

Mapas trazem informações inéditas sobre estoque de carbono em solos profundos

 

“A partir dos anos 2000, o mapeamento digital de solos - abordagem utilizada para produzir os mapas de carbono do solo - ganhou destaque no mundo. E até 2018, quando foi decretado o PronaSolos como programa de governo, foi um longo caminho”, revela Gustavo de Mattos Vasques, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos e líder da equipe que elaborou os mapas.

“Vale lembrar que em 2017 foi lançado um mapa global de estoque de carbono orgânico do solo com participação brasileira. Naquele ano, tínhamos um mapa de estoque de carbono orgânico do solo de 0 a 30 centímetros de profundidade. Agora esses mapas estão sendo lançados com um quilômetro de resolução espacial com profundidade de até um metro”, compara Vasques.

De acordo com ele. esses mapas estão numa escala que varia de 1:100.000 até 1:250.000, destrinchados em seis camadas: 0-5cm, 5-15, 15-30, 30-60, 60-100 e 100-200 cm. O carbono estocado de 0 a 30 cm tem muito a ver com manejo e uso agrícola do solo, de 30 cm até um metro está muito ligado ao alcance das raízes, que aportam matéria orgânica e carbono ao longo do tempo nessa profundidade, de acordo com o uso e manejo do solo e com as condições ambientais do local.

Até dois metros, informação inédita no Brasil, tem a ver com o carbono estocado há muito tempo, que desceu até essa profundidade, além de raízes profundas e outros fatores que constantemente modificam esse carbono. Como o País tem solos muito profundos, conhecer esse estoque é muito importante”, revela o pesquisador.

Observando os mapas é possível ver que o Sul e a Amazônia possuem maior quantidade de carbono. No Sul existe um grande bolsão com altos estoques de carbono nas serras, com solos formados com materiais mais ricos, como o basalto, em locais planos de altitude. Esse ambiente propicia o acúmulo porque a degradação é mais lenta por causa do frio, ao mesmo tempo existe uma boa produção de massa vegetal. Já na Amazônia, a produção de massa vegetal e a produtividade primária são muito grandes. Apesar do clima quente e do excesso de chuva, que promovem a degradação, a ciclagem de nutrientes é intensa, promovendo o acúmulo de carbono no solo.

Como contraste, temos o Pantanal, com solos mais arenosos. Apesar da grande quantidade de solo alagado, esses solos acumulam muito pouco porque não têm material argiloso onde o carbono pode ficar retido, então ele é perdido nas chuvas.

Os cientistas mediram esses estoques de carbono usando informação geoespacial de relevo e clima, como elevação, formato de fundo de vale, rugosidade do terreno, precipitação média anual, temperatura e radiação solar, bem como informação do próprio solo contida em mais de 10 mil pontos amostrais.

“Os mapas de 2017 e 2021 mostram que o estoque total de 36 bilhões de toneladas de carbono, 5% do estoque global, é bastante similar entre as duas versões do mapa, o que nos traz uma confiança que estamos acertando no alvo. O Brasil é nação de destaque, pelo seu tamanho, contribuindo para o estoque global”, afirma o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos.

Maior patrimônio do produtor rural

Para o secretário adjunto da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDI/Mapa), Cleber Oliveira Soares, precisamos conhecer melhor o maior patrimônio do produtor rural: o solo. “Esse é um momento oportuno para a divulgação desses mapas, já que o mundo debate e clama por uma agenda de sustentabilidade. Os solos estão entre os maiores reservatórios de carbono da natureza. Esse é um momento também no qual o Brasil se posiciona na vanguarda do conhecimento, em função da COP 26. Anunciamos um grande programa de descarbonização da agricultura, o ABC+. É a agricultura contribuindo com uma agenda de segurança climática e alimentar”, pontua Cleber.


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