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Você sabe o que são e para que servem os VANT’s?

 

Fonte: agrifoto.com.br




Neste cenário de desenvolvimento da produtividade agrícola, os avanços em tecnologias da informação e comunicação (TIC) estão cada vez mais presentes e sendo impactantes, permitindo o armazenamento e processamento de grandes volumes de dados, automatização de processos e o intercâmbio de informações e de conhecimento (MASSRUHÁ; LEITE, 2016). Observa-se atualmente uma forte relação do gerenciamento com a indústria 4.0, que representa novos processos e produtos originados de avanços tecnológicos, com aplicações em várias áreas do conhecimento (SCHWAB, 2016; CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL, 2018). Segundo Lopes (2018) e Simões; Soler; Py (2017), as transformações digitais também chegaram nas atividades rurais, nas quais surge o termo agricultura 4.0, fortalecendo a ligação urbano-rural nas suas diversas abordagens e permitindo dados cada vez mais precisos.

A agricultura 4.0 utiliza tecnologias de ponta na agricultura, incentivando processos na cadeia de valor agregado da produção agrícola. Esta tecnologia pode ser uma importante revolução no campo, tornando as lavouras mais eficientes e sustentáveis, bem como auxiliando a troca de informações e os processos com as empresas (SIMÕES; SOLER; PY, 2017). As transformações digitais e a tecnologia aparecem no setor agrícola de várias formas. A automação do processo, como da mão-de-obra, aconteceu com a ascensão de novas ferramentas, inovadoras e independentes (SIMÕES; SOLER; PY, 2017).

Dentre os exemplos de tecnologias e ferramentas utilizadas, encontram-se drones, caracterizados como os veículos aéreos não tripulados (VANT), que são utilizados para monitoramento das lavouras, identificação de falhas no plantio, entre outras atividades. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC, 2017), drones são aeronaves (ou mesmo outro tipo de veículo) que possua alto grau de automatismo. A ANAC caracteriza as aeronaves com finalidade comercial, corporativa ou experimental como Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA). O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG, 2017) supõem que os drones serão substitutos de boa parte dos aparelhos de pulverização, trazendo precisão a segurança na operação, ao mesmo tempo que coletam imagem em um raio maior do que seria possível com acompanhamento da mão-de-obra na lavoura.

Inicialmente é importante destacar que drone é um termo genérico, sem definição técnica ou na legislação. Esse termo é um apelido originado dos Estados Unidos que se difundiu, designando todo e qualquer objeto voador não tripulado, para fins profissionais, recreativos, comerciais, entre outros (GALVÃO, 2017). Pequenas aeronaves que não tem contato físico direto com pilotos são chamadas de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT), que vem da expressão em inglês Unmanned Aerial Vehicles (UAV), que substituiu o termo Remotely Piloted Vehicle (RPV) (NEWCOME, 2004). O Regulamento Brasileiro da Aviação Civil Especial N.º 94 (ANAC, 2015) estabelece que todo VANT é um aeromodelo capaz de ter sustentação e circular no espaço aéreo por meio de reações aerodinâmicas.

Segundo Medeiros (2007) esses tipos de aeronaves são capazes de realizar monitoramentos, reconhecimento tático, vigilância e mapeamento, mesmo sem o contato físico. Ainda segundo Medeiros (2007), se as aeronaves forem equipadas com transmissores de dados, também existe a possibilidade de transmissão de dados em tempo real.

Observa-se que o desenvolvimento de VANT’s vem se firmando como uma importante opção na agricultura de precisão, visto que a utilização e a aplicação de novos conhecimentos no meio rural auxiliam o produtor na identificação das estratégias que possam aumentar a eficiência no gerenciamento da agricultura, maximizando a rentabilidade das colheitas e tornando o agronegócio mais competitivo (ALONÇO, 2005; MEDEIROS et al., 2008).

Segundo dados do SINDAG (2018) os principais usos dos drones na agricultura nos últimos anos estão relacionados à topografia, mapeamento e pulverização. Ultimamente os drones são acoplados com câmeras que realizam a estimativa de produtividade nas culturas e cultivos, também é possível de identificar focos de pragas, mapeamento de adubação e irrigação, bem como mapeamento para ações corretivas. Bastos (2015) observa que o investimento em drones na agricultura é compensado pela sua versatilidade, uma vez que ele desempenha várias funções no campo, reduzindo relativamente seu custo inicial.

Bastos (2015) listou alguns usos de drones na agricultura, dos quais destacam-se:

Análise da plantação: é um dos principais usos dos drones, os quais são utilizados para realizar a análise da plantação, detecção de doenças ou pragas, falhas no plantio ou excesso/falta de irrigação. Por meio de um software é possível fazer a análise das imagens capturadas.

Demarcação do plantio: Na demarcação do plantio, o drone proporciona uma visão do todo de forma ágil e fácil, dessa forma as imagens capturadas poderão auxiliar em quais áreas do campo serão mais propícias ao plantio.

Acompanhamento da safra: O drone sobrevoa a plantação com a frequência desejada pelo produtor, realiza a captura de imagens e a análise cronológica no computador, assim é possível verificar o desenvolvimento da safra e se a lavoura está desenvolvendo como esperado.

Pulverização: A pulverização de agroquímicos pelos drones é um dos principais fatores quando se busca o máximo potencial de cultivo, a aplicação é realizada pelo drone, o que é mais eficiente pela proximidade com as plantas e, ao mesmo tempo, mais segura por não ser tripulado por um piloto.

Acompanhamento de campo: Por meio da utilização do drone é possível verificar quais pastos necessitam de reformas e quais estão viáveis para o uso. Se for necessária uma análise mais detalhada, é possível que o drone realize coletas de solo de pontos estratégicos escolhidos pelo produtor, as quais serão analisadas em laboratório.

Monitorar desmatamento: Utilizando drones é possível oferecer uma ampla visão de locais que sejam de difícil acesso, verificar os locais que estejam ocorrendo desmatamento e tomar as ações corretivas, uma vez que terá localização precisa.

Nascente de águas: Uma vez que os drones podem sobrevoar grandes áreas e locais de difícil acesso, esses também podem entrar em matas fechadas de difícil acesso e localizar origem de águas/nascentes.

Abertura de estradas: Sobrevoando locais de mata fechada, é possível, por meio de uma análise do voo, verificar e determinar quais as melhores coordenadas para abertura de estradas.

Vigilância: Seu uso pode estar atrelado na adoção no campo/fazenda para vigiar e monitorar as divisas da propriedade. 28

Focos de incêndio: Os drones podem sobrevoar os incêndios, descobrir e controlar os focos de fogo, uma vez que a proximidade para humanos com o fogo é difícil e perigosa.

Telemetria/Topografia: É possível realizar medições no campo por meio das imagens capturadas pelos drones.

Várias são as utilizações de drones no campo, o que está atrelado a alguns benefícios no dia a dia do produtor rural, Gomes (2018) destaca que o monitoramento por drones permite um melhor controle do plantio, garantindo que a produtividade desejada seja alcançada, ao mesmo tempo que desempenham as atividades em um tempo muito menor, se comparados com outros métodos como aviões e satélites. O autor ainda observa o retorno sobre o investimento ocorre rapidamente, uma vez que as perdas são evitadas por meio do monitoramento com os drones, destacando também as imagens de alta resolução obtidas a um custo acessível.

 

 

Leitura Complementar: Literatura Recomendada

 

Referências:

 

ALONÇO, A. S. Desenvolvimento de um veículo aéreo não tripulado (VANT) para utilização em atividades inerentes à agricultura de precisão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 35, 2005.

ANAC, 2015. Requisitos gerais para veículos aéreos não tripulados e aeromodelos. Disponível em: < http://www.anac.gov.br/participacao-social/audiencias-e-consultaspublicas/audiencias/ 2015/aud13/anexoi.pdf  >. Acesso em: 08 dez 2021.

ANAC, 2017. Regras sobre drones. Disponível em: < http://www.anac.gov.br/noticias/2017/ regras-da-anac-para-uso-de-drones-entram-em-vigor/release_drone.pdf  >. Acesso em: 08 dez 2021.

BASTOS, 2015. 15 usos de drones na agricultura e pecuária. Disponível em: < https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Pesquisa-e-Tecnologia/noticia/2015/05/15-usosde-drones-na-agricultura-e-na-pecuaria.html >. Acesso em: 08 dez 2021.

CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E AGROPECUARIA DO BRASIL. Caminhos para uma agricultura 4.0. 2018. Disponível em: < http://www.cnabrasil.org.br/artigos/ caminhos-para-uma-agricultura-40 >. Acesso em: 08 dez 2021.

GALVÃO, M. R. Você sabe a diferença entre VANT, DRONE e RPAS?. Disponível em: < https://www.drondrones.com.br/single-post/2017/01/06/Voc%C3%AA-sabe-a-diferen%C3 %A7a -entre-VANT-DRONE-e-RPAS >.  Acesso em: 08 dez 2021.

GOMES, 2018. Drones na agricultura: tudo sobre a tecnologia que está mudando o setor. Disponível em: < https://pixforce.com.br/drones-na-agricultura/ >. Acesso em: 08 dez 2021.

LOPES, M. A. Agricultura 4.0: o agronegócio também na rota do desenvolvimento tecnológico. 2018. Disponível em: < https://www.techminds.info/2018/05/10/agricultura-4-0-oagronegocio-tambem-na-rota-do-desenvolvimento-tecnologico >. Acesso em: 08 dez 2021.

MASSRUHÁ, S. M. F. S.; LEITE, M. A. A. Agricultura Digital. RECoDAF – Revista Eletrônica Competências Digitais para Agricultura Familiar, Tupã, v. 2, n. 1, p. 72-88, jan./jun. 2016.

MEDEIROS, F. A. Desenvolvimento de um veículo aéreo não tripulado para aplicação em agricultura de precisão. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola). Universidade Federal de Santa Catarina. Santa Maria, 2007.

MEDEIROS, F. A.; ALONÇO, A. S.; BALESTRA, M. R. G.; DIAS, V. O.; LANDERHAL JR., M. L. Utilização de um veículo aéreo não-tripulado em atividades de imageamento georreferenciado. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.8, p.2375-2378, nov, 2008.

NEWCOME, L.R. Unmanned aviation: A brief history of unmanned aerial vehicles. Reston, Va.: American Institute of Aeronautics and Astronautics, 2004.

SCHWAB, K. The Fourth Industrial Revolution, WEF, 2016.

SIMÕES, M.; SOLER, L; S.; PY, H. Tecnologias a serviço da sustentabilidade e da agricultura. Boletim informativo da SBCS. Mai-ago, 2017.

SINDAG, 2017. Relatório de Atividades – Brasil 2016. Disponível em: < http://sindag.org.br/wp-content/uploads/2016/12/SINDAG-Relatorio-de-Atividades-Abril2016.pdf >. Acesso em: 08 dez 2021.

SINDAG, 2018. Uso de drones na agricultura brasileira. Disponível em: < http://sindag.org.br/ uso-de-drones-na-agricultura-brasileira/ >. Acesso em: 08 dez 2021.

 

 



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