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Aplicação da Geoestatística na Agricultura de Precisão

 

Fonte: geodata.com.br




Os fundamentos da agricultura de precisão se baseiam na aplicação de tecnologias de maneira localizada de acordo com a variabilidade espacial. A ferramenta de análise geoestatística se constitui na maneira mais correta que se tem conhecimento para analisar a variabilidade espacial (VIEIRA, 2000). Há necessidade absoluta de conhecimento adequado da variabilidade espacial das características do ambiente agrícola, sem o qual existe o risco de aplicações inapropriadas dos resultados.

Entre as aplicações da geoestatística voltadas para prover informações em suporte da agricultura estão a caracterização e a modelagem espacial e temporal, das quais resultam a produção de mapas precisos para bases de informação da área de produção (McBRATNEY et al., 2005). Diretamente relacionada com a geoestatística a agricultura de precisão utiliza novas tecnologias desenvolvidas para o monitoramento intensivo do campo. Isto envolve a adoção de diferentes sensores voltados para captação de dados que permitem quantificar os principais fatores de produção com alta precisão espacial (WHELAN, 1998).

Apesar dos procedimentos da análise geoestatística não diferirem conceitualmente nos procedimentos para aplicações de diversos fins, na Agricultura de Precisão a disponibilidade de dados em alta resolução espacial e temporal viabiliza não só uma maior robustez nos resultados, como também o entendimento integrado e dinâmico das correlações espaciais e temporais entre os diferentes fatores. Segundo Molin (2012) para se praticar adequadamente agricultura de precisão é necessário aceitar o fato e assumir o desafio de que a variabilidade espacial das lavouras é algo mais complexo do que mapear e intervir em P, K, Ca e Mg ou seja, podem existir muito outros fatores que podem influenciar na variabilidade espacial de colheitas.

Um fator primordial para aplicação da geoestatística que a agricultura de precisão contempla é a obtenção de dados com as correspondentes coordenadas geográficas. Os dados georreferenciados podem ser obtidos por meio de coleta in loco, mapas temáticos, imagens de satélite ou fotografias aéreas. Deve-se analisar e planejar o número de coletas de dados, principalmente através do custo/ benefício, pois um grande número de pontos amostrais aumenta o custo da operação e pode inviabilizar a implantação do processo (BOLFE; GOMES, 2005).

Apesar disso as amostragens devem sersuficientemente próximas para conseguir caracterizar as possíveis manchas devariabilidade, sendo assim, dados auxiliares, informações históricas da área podem ajudar a determinar este número adequado de amostras, segundo Vieira, Xavier e Grego (2008). Se houverem imagens de satélite ou fotografias aéreas com as quais se possa identificar regiões com diferentes níveis de verde, é possível direcionar as amostragens, concentrando-se nas regiões onde exista maior variabilidade e diminuindo-se a densidade nos locais mais uniformes.

Desta maneira, através da geoestatística avalia-se a dependência espacial e a utiliza para interpolar valores para locais não medidos, e com isto se produz informações para construir mapas contínuos a partir da amostragem discretizada e para estruturar amostragens em função da variabilidade espacial. Em agricultura de precisão, a possibilidade de gerar mapas relacionados a produtividade agrícola utilizando a geoestatística, constitui um avanço no manejo localizado, segundo Tisseyre e MacBratney (2007), dos sistemas de produção agrícolas e uma maior precisão na tomada de decisão.

 

Leitura Complementar: Literatura Recomendada

 

Referências:

 

BOLFE, E. L.; GOMES, J. V. B. Geoestatística subsidia agricultura de precisão. Agroline, 2005. Disponível em: < http://www.agronline.com.br/artigos/geoestatistica-como-subsidio-implantacao-agricultura-precisao >.  Acesso em: 29 dez. 2021.

MCBRATNEY, A. B.; WHELAN, B. M.; ANCEV, T.; BOUMA, J. Future directions of Precision Agriculture. Precision Agriculture, v. 6, n. 1, p. 1-17, 2005. http://dx.doi.org/10.1007/ s11119-005-0681-8

MOLIN, J. P. Agricultura de precisão no Brasil: estado atual e perspectivas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA, 6., 2012, Cuiabá. Anais...

TISSEYRE, B., MCBRATNEY, A. B. A technical opportunity index based on mathematical morphology for site-specific management using yield monitor data: Application to viticulture. In: EUROPEAN CONFERENCE ON PRECISION AGRICULTURE, 6., 2007, Skiathos. Proceedings... 2007. p. 249-256.

VIEIRA, S. R. Geoestatística em estudos de variabilidade espacial do solo. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ, V. H.; SCHAEFER, G. R. (Ed.). Tópicos em ciência do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000. p. 1-54. v. 1.

VIEIRA, S. R.; XAVIER, M. A.; GREGO, C. R. Aplicações de geoestatística em pesquisas com cana-de-açúcar. In: DINARDO-MIRANDA, L. L.; VASCONCELOS, A. C. M.; LANDELL, M. G. A. (Ed.). Cana de açúcar. Ribeirão Preto: Instituto Agronômico, 2008. p. 839-852.

WHELAN, B. M. Reconciling continuous soil information and crop yield. 1998. 327 f. Tese (Doutorado) - The University of Sydney, Sydney, 1998.

 



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