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Um olhar para os sistemas autônomos


É interessante fazer um comparativo entre os objetivos do uso de sistemas autônomos no Brasil e na Europa, Japão ou Estados Unidos. A grande diferença é que nesses países, ao contrário do Brasil, a mão de obra especializada não é um problema e, muitas vezes as operações são realizadas pelo proprietário ou membros da família. Assim, a automação de tarefas vem no sentido de trazer conforto e redução da jornada de trabalho. Além disso, por ser considerado um setor estratégico, o governo fornece subsídios aos produtores (FIGUEIREDO et al., 2010) a fim de garantir a produção e barrar a entrada de produtos importados. O acesso à tecnologia também é um fator determinante, pois essa geralmente tem um valor inferior ao praticado no Brasil. No Brasil, os sistemas autônomos vêm para suprir a carência de profissionais frente a demanda crescente, além de servir como laboratório para desenvolvimento de tecnologia nacional. Dentre as áreas de pesquisas de sistemas autônomos uma que se enfatiza é a área de veículos não tripulados. Robôs móveis foram desenvolvidos e podem operar autonomamente em diferentes ambientes, tais como no ar, água e no espaço externo. Existe um aumento contínuo no interesse de pesquisas sobre veículos terrestres não tripulados, especialmente para uso nas áreas militar, agrícola e transporte terrestre. Avanços nas áreas de tecnologias de sensoriamento tais como: Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System – GPS); capacidade computacional; miniaturização de eletrônica; algoritmos inteligentes para planejamento e controle, e avanços nos projetos mecânicos, possibilitam realizar operações autônomas reais para aplicações usando veículos terrestres não tripulados como visto em Yao et al. (2005) e Moore e Flann (1999).

Fonte: Jacto Agrícola/Divulgação. Desde 2008, Jacto trabalha no Jacto Autonomous Vehicle, um pulverizador autônomo.


Salienta-se que em projetos de veículos não tripulados não existem limitações no que concerne ao espaço destinado ao operador do veículo, caso este fosse tripulado. A eliminação do espaço destinado ao operador do veículo pode promover a atribuição de novas características que podem ser incorporadas ao projeto de estrutura destas máquinas, como, por exemplo, configuração de rodas, formato, tamanho, peso, potência, entre outros. Apesar do potencial de maior liberdade de projeto, na literatura pode-se encontrar trabalhos que buscam adaptar máquinas agrícolas comerciais em plataformas agrícolas autônomas (veículos autônomos ou robôs móveis autônomos) e, também, trabalhos em que plataformas são construídas especificamente para serem veículos autônomos ou robôs agrícolas. No segundo caso, identifica-se dois desafios: desenvolver uma estrutura física adequada ao ambiente agrícola e que atenda às necessidades da aplicação desejada; e desenvolver uma arquitetura eletrônica para integrar os diversos dispositivos presentes em sistemas como esses, bem como permitir sua expansão através da inserção de novos dispositivos.

 

Leitura Complementar: Literatura Recomendada

 

Referências:

FIGUEIREDO, A. M.; SANTOS, M. L. D.; OLIVEIRA, M. A. S.; CAMPOS, A. C. Impactos dos subsídios agrícolas dos Estados Unidos na expansão do agronegócio brasileiro. Estudos Econômicos (São Paulo), v. 40, p. 445-467, 2010.

MOORE, K.L., FLANN, N.S., (1999). Hierarchical Task Decomposition Approach to Path Planning and Control for an Omni-Directional Mobile Robot in Proceedings of 1999 IEEE International Symposium on Control, Intelligent Systems and Semiotics, pp. 302-307, Cambridge, MA, Sept. 1999.

YAO, L.; LI, L.; ZHANG, M.; MINZAN, L. Automatic Guidance of Agricultural Vehicles Based on Global Positioning System. IFIP International Federation for Information Processing, v.  187, p.  617-624, 2005.

 


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