Principais Tecnologias Envolvidas na Agricultura de Precisão
Sistema
Global de Navegação por Satélite
A
aquisição das coordenadas de um ponto pode ser obtida por meio de qualquer
receptor móvel que tenha acesso ao Sistema Global de Navegação por satélite
(GNSS). Este sistema atualmente é composto por quatro sistemas: Americano
(GPS), Russo (GLONASS), sistemas da união europeia (GALILEO) e da China
(BEIDOU / COMPASS).
Amostragem
Para
definir estratégias de amostragem, é necessário saber que tipo de informações
se pretende obter de uma área, por exemplo: atributos físicos, químicos ou
biológicos do solo. Além disso, é preciso saber quais os recursos que o
produtor tem disponível para este fim. Depois de definir quais atributos serão
analisados, é preciso determinar quais formas de amostragem serão empregadas na
área, qual equipamento será usado nas coletas, qual a melhor época para tal, a
forma como serão coletadas as subamostras, quantas amostras por hectares serão
necessárias, etc. Sobre amostragem, um ponto é certo: quanto maior o número de
amostras em uma área, maior é sua representatividade e, por consequência,
melhor será a detecção da variabilidade existente ao longo da lavoura. A
amostragem pode ser em grade por ponto ou células, ou de forma direcionada
quando se tem o conhecimento prévio da área por meio dos mapas de produtividade
ou de sensoriamento, o que pode promover um melhor entendimento sobre as causas
da variabilidade. Lançaremos um Informativo Técnico exclusivo sobre esta
questão.
Mapeamento
da Produtividade
Os
mapas de produtividade, embora não sejam muito utilizados, tanto pela falta de
conhecimento sobre a importância da informação que geram, quanto pela falta de
orientação técnica, são a informação mais completa das lavouras. Este dado é o
que efetivamente materializa a resposta da cultura a todo o manejo adotado ao
longo da safra. A informação mais valiosa dele é a identificação de manchas de
produção, principalmente as de produtividade baixa. Esta informação deve guiar
o técnico responsável aos locais que demandam investigação dos fatores de
produção causadores de tal limitação de produção, o que permite a correta
tomada de decisão.
Sensoriamento
A
utilização de sensores tem sido uma interessante alternativa no desenvolvimento
da AP. Por meio de diferentes técnicas é possível obter uma maior quantidade de
informação sobre uma área em relação aos métodos tradicionais, geralmente
baseados em amostragem. Informações de um alvo podem ser obtidas por meio de
sensores com diferentes princípios de funcionamento. Com a popularização do
termo Agricultura Digital, cada vez mais as empresas, tanto grandes quanto
pequenas, estão focando em desenvolvimento de sensores e inteligência
artificial para monitorar as lavouras e tomar decisões automáticas. Porém,
apesar de todo este desenvolvimento, são poucas as técnicas de sensoriamento
que tem como foco a investigação espacializada da lavoura. Nesse sentido,
merecem destaque as técnicas de sensoriamento remoto e proximal. Sensores
proximais correspondem a sensores desenvolvidos para obtenção de dados por meio
de contato direto com o alvo ou muito próximo (Figura 1). Eles são utilizados
no campo, conduzidos de forma manual ou embarcados em máquinas agrícolas, o que
possibilita medições em tempo real. Os mais utilizados atualmente são
destinados a coleta de dados de solo e do dossel das plantas. Em termos de
investigação de solo, marcadamente o sensoriamento da condutividade elétrica
aparente do solo (CEa) merece destaque pela sua facilidade de uso e qualidade
da informação fornecida sobre variabilidade do solo como um todo. Com relação a
medição de propriedades do dossel das plantas, os sensores de reflectância,
também conhecidos como sensor de verde ou de clorofila, são os de maior
destaque, pois permitem inferências sobre variabilidade do acúmulo de biomassa
da parte aérea da cultura e, consequente, possibilita investigações
direcionadas ou mesmo a aplicação de insumos, como o nitrogênio. Também podem
ser usados para identificar a presença ou ausência de plantas, o que permite,
por exemplo, guiar a aplicação de herbicidas ou investigação sobre falhas da
cultura. Outros Informativos Técnicos serão dedicados à essas tecnologias.
No sensoriamento remoto, em geral, os sensores captam o comportamento espectral dos alvos, o que permite tirar inferências sobre eles. Esses sensores podem ser instalados em satélites, aeronaves e em veículos aéreos não tripulados (drones), apresentando prós e contras para cada objetivo (Figura 2). Porém, uma grande vantagem desse tipo de sensoriamento como um todo é a coleta de dados sem a necessidade de adentrar a lavoura, o que também permite a cobertura de grandes áreas de forma simples e rápida.
Figura
2- Diferentes plataformas para os sensores remotos: A) Satélites; B) Aviões ;
C) Drones; D) Sensor proximal embarcado em Trator. |
Referências:
MOLIN, J.P.;
AMARAL, L.R.; COLAÇO, A.F. Agricultura de Precisão. 1 ed. São Paulo: Oficina de
Textos, 2015.
PUSCH, M.;
MACHADO, T.P.; AMARAL, L.R. Introdução a Agricultura de Precisão,
03/2019. Disponível em < https://www.feagri.unicamp.br/gitap/images/Introdu%C3%A7%C3%A3o_a_Agricultura_de_Precis%C3%A3o-_final.pdf.
> Acesso em: 02 out. 2021.
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